Fraude no INSS: AGU reage, exoneração no topo e PF mira R$ 6 bi desviados de aposentados

A maior operação da história recente contra fraudes previdenciárias no Brasil expôs um rombo bilionário. A Polícia Federal identificou desvios que ultrapassam R$ 6,3 bilhões em benefícios do INSS entre 2019 e 2024.

A fraude atingiu diretamente aposentados e pensionistas por meio de descontos não autorizados aplicados por entidades associativas. O impacto foi imediato: o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado, e seis servidores públicos foram afastados por ordem judicial.

Em resposta à gravidade do caso, a Advocacia-Geral da União (AGU) criou um grupo especial de oito advogados públicos. O objetivo é recuperar os valores desviados e propor medidas jurídicas para impedir que situações semelhantes voltem a ocorrer.

Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, o foco é restaurar a confiança na seguridade social. O grupo também atuará junto a outros órgãos do governo federal, buscando fortalecer a transparência e a proteção aos beneficiários da Previdência.

No Congresso Nacional, o escândalo provocou forte repercussão. Parlamentares cobraram mudanças urgentes na gestão do INSS e nas regras que permitem parcerias com entidades privadas.

O PSB, partido ao qual Stefanutto é filiado, negou ter indicado seu nome para o cargo e afirmou que apoia a investigação. O afastamento do ex-presidente foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União, reforçando o clima de seriedade no governo federal diante do caso.

Governo

Fraude no INSS

Durante coletiva de imprensa, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou a operação como “complexa e histórica”. Ele ressaltou que o governo não tolera corrupção, principalmente quando afeta uma população vulnerável como os aposentados.

Já o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius de Carvalho, defendeu que os descontos em benefícios só podem ocorrer com autorização clara e prévia dos segurados. Transparência, segundo ele, será a nova regra.

Operação

A Operação Sem Desconto, como foi batizada, mobilizou 700 policiais federais e 80 servidores da CGU. Foram cumpridos 211 mandados judiciais em 15 estados e no Distrito Federal, incluindo ordens de prisão, busca, apreensão e sequestro de bens.

Os investigados poderão responder por crimes como corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.

A expectativa agora é que a apuração leve à recuperação de valores e à punição de todos os envolvidos.

Fonte: R7

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